segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ENSAIOS PRÉ-ADVIl

sem sono, perdida, chorando, contorcida, a amante. a tempratura prevista para aquela noite era de 36 graus e seu corpo soa como numa sauna. se levanta para beber um copo d'agua. na cozinha observa pela janela as lamparinas que iluminam a rua na noite escura de verão. torporosa, vê dois homens caminharem por entre as casas conversando

HOMEM 1

sempre pensei que eles fossem diferentes

HOMEM 2

imaginava o quê uma espécie de corpos altos e verdes e cabeças grandes redondas


(não se entende se é uma pergunta ou uma afirmação)

silêncio. eles saem do plano de visão da janela pela qual a amante espia com o copo elevado na altura do olho esquerdo e o braço direito apoiando o cotovelo do outro. batem à porta, não é ninguém. volta a cozinha e deixa o copo, percebe que as luzes da rua estão apagadas e a mesma é tomada por um breu profundo e assustador. batem à porta novamente. cautelosa, avança em direção a entrada e vê pela estreita passagem entre a porta e o chão a irradiação de uma luz alaranjada, incomum por aquelas bandas. pela janela ao lado da porta vê chamas. corre em direção a cozinha e foge pela janela. vaga pela noite escura, sem saber onde vai ou onde pisa. no fim da rua uma luz. vozes distantes. zunidos ensurdecedores. o apito de um trem.

Um comentário:

Unknown disse...

alguem ja disse que você pode ser um escritor?? HAHAH