sem sono, perdida, chorando, contorcida, a amante. a tempratura prevista para aquela noite era de 36 graus e seu corpo soa como numa sauna. se levanta para beber um copo d'agua. na cozinha observa pela janela as lamparinas que iluminam a rua na noite escura de verão. torporosa, vê dois homens caminharem por entre as casas conversando
sempre pensei que eles fossem diferentes
HOMEM 2
imaginava o quê uma espécie de corpos altos e verdes e cabeças grandes redondas
(não se entende se é uma pergunta ou uma afirmação)
silêncio. eles saem do plano de visão da janela pela qual a amante espia com o copo elevado na altura do olho esquerdo e o braço direito apoiando o cotovelo do outro. batem à porta, não é ninguém. volta a cozinha e deixa o copo, percebe que as luzes da rua estão apagadas e a mesma é tomada por um breu profundo e assustador. batem à porta novamente. cautelosa, avança em direção a entrada e vê pela estreita passagem entre a porta e o chão a irradiação de uma luz alaranjada, incomum por aquelas bandas. pela janela ao lado da porta vê chamas. corre em direção a cozinha e foge pela janela. vaga pela noite escura, sem saber onde vai ou onde pisa. no fim da rua uma luz. vozes distantes. zunidos ensurdecedores. o apito de um trem.
Um comentário:
alguem ja disse que você pode ser um escritor?? HAHAH
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