ouvindo a música como um sussurro surdo
amarrado e doloroso.
cravado de cravos e abalado de balas
imaginado.
perfeitamente delicado, desajeitadamente impulsionado
pelo anélito que sua boca produz quando
o sussurra ao meu ouvido.
(se ela dissesse que assim seria, seria
como todos disseram que seria e seria como sempre seria
na incerteza do ser)
tudo é sempre difamável e os difamados
não indicam nada mas a contratição. são, pois,
indiciados por danos morais. foda-se. a questão é,
se me perguntam por onde afanei por vós,
respondo:
de viés, varando a vida valendo uma valsa.
isso não é um poema de amor
isso não é um poema.
é como uma parábola que circula pelo seu tímpano
majestosa, silenciosa
ímpeto de conduzir pelo conduto, firmar a negação
acalentar/impelir (?) a sensação.
se ela pudesse, conseguisse, tentasse e o etecétera
o cheiro das rosas cálidas perfurar
oquê impede-a, arrumar o arrumado e bagunçado e livresolto e preso
estado de contradição em que vive.
isso não é um poema. encare como uma saída de escape pela entrada da frente de (uma) tangente.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
terça-feira, 15 de março de 2011
parafernália rodopiante
noar
paira e vai pairando sobre nós
e rodopia
do modo pessoal
disquetes arquétipos lápis de cor
fantasia do três mais dois
e vai caindo
mais e mais dentro da noite
rodopiando nas docas
bem, as bombas
elas estão no beco
querida, eu posso saltar sobre elas algum dia?
é como sua casa e travesseiro
estrelas nos olhos da biribinha
tudo é só amor, para ele
para você, um quarto do quarto
para mim simplesmente
não importa.
noar
paira e vai pairando sobre nós
e rodopia
do modo pessoal
disquetes arquétipos lápis de cor
fantasia do três mais dois
e vai caindo
mais e mais dentro da noite
rodopiando nas docas
bem, as bombas
elas estão no beco
querida, eu posso saltar sobre elas algum dia?
é como sua casa e travesseiro
estrelas nos olhos da biribinha
tudo é só amor, para ele
para você, um quarto do quarto
para mim simplesmente
não importa.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Meu deus, que merda de texto. Era para ser uma ficção, e sei lá, virou isso. Escrito com sentimentos? Não há-ha. Sentimentos é coisa de sentimentalista reacionário. Sou pósmodernistaprogressistarevolucionário. Tô brincando. Mas sério, era uma vez um menino chamado Luiz e ele era reticências. Escrevam minha estória. São vocês que lêem isso que fazem a minha vida, por mais anti-bordalengo que isso possa soar. Não sou gentil. Não sou verdadeiro amigo. Sou um Hitler travestido de moleque, um Mussolini que gosta de jogar futebol, seu imposto de renda, Hannibal Lecter sem pinta de viado etc. Eu declino. Eu declino. Eu declino. Etc:
Sei lá. Sou um merda. Não preciso que me provem o contrário, porque nada terá influência na minha visão. Me ache um merda. Sem créditos. Sou misantropo de um jeito desinteressante, imbecil e desagradável. Chutem os baldes. Podem se aproximar, e sussurrar – ou gritar, ou não dizer nada e dar um soco – que sou um babaca. Acho que ficaria feliz, ao menos. Não sei. Outro dia um conhecido disse que todos na escola o odeiam. Ele não sabe. Eu não sei. Ninguém sabe. Provavelmente ninguém saberá. Pelo menos enquanto mantivermos essas posturas bajuladoras e idiotas e toscas e hipócritas. Sim, eu sou um hipócrita. Sim, eu não tenho coragem de chegar à cara de alguém e dizer que esse alguém é um filho da puta. Não consigo. E sei lá, é isso que eu espero de vocês (sim, vocês que estão perdendo seu tempo lendo isso (cliché)): uma atitude quanto a isso, um primeiro passo. A manifestação no Egito acarretou muitas outras manifestações mundo afora, estariam os outros países inseguros/com medo de um protesto mais sério? Sim, eles estavam. E o Egito serviu como base para essas iniciativas políticas. Sou como a ditadura de Mubarak. Tomem a iniciativa. Não esperem que eu a tome primeiro. Vocês sabem que o primeiro passo, afinal, não será meu. Mas o resto podem ser de todos.
Sei lá. Sou um merda. Não preciso que me provem o contrário, porque nada terá influência na minha visão. Me ache um merda. Sem créditos. Sou misantropo de um jeito desinteressante, imbecil e desagradável. Chutem os baldes. Podem se aproximar, e sussurrar – ou gritar, ou não dizer nada e dar um soco – que sou um babaca. Acho que ficaria feliz, ao menos. Não sei. Outro dia um conhecido disse que todos na escola o odeiam. Ele não sabe. Eu não sei. Ninguém sabe. Provavelmente ninguém saberá. Pelo menos enquanto mantivermos essas posturas bajuladoras e idiotas e toscas e hipócritas. Sim, eu sou um hipócrita. Sim, eu não tenho coragem de chegar à cara de alguém e dizer que esse alguém é um filho da puta. Não consigo. E sei lá, é isso que eu espero de vocês (sim, vocês que estão perdendo seu tempo lendo isso (cliché)): uma atitude quanto a isso, um primeiro passo. A manifestação no Egito acarretou muitas outras manifestações mundo afora, estariam os outros países inseguros/com medo de um protesto mais sério? Sim, eles estavam. E o Egito serviu como base para essas iniciativas políticas. Sou como a ditadura de Mubarak. Tomem a iniciativa. Não esperem que eu a tome primeiro. Vocês sabem que o primeiro passo, afinal, não será meu. Mas o resto podem ser de todos.
simples: desculpas não são bem vindas, não peço perdão. talvez um dia todos nós relevemos esse período, facilidade, facilidade. constantes apelidadas de caminhos de sangue, irmandade, irmandade. caiu sobre a noite como um edredom invernal, cobriu nossa razão e extrapolou as ordens sãs. porque eu sei que você não é tudo que aparenta ser, é muito menos. a cegueira do amor lhe cobre os olhos, meame, meame. mas é, não como propôs o dia, mas como desce o toldo vermelho da noite e encerra o espetáculo, aplausos, aplausos. todos morre
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
ENSAIOS PRÉ-ADVIl
sem sono, perdida, chorando, contorcida, a amante. a tempratura prevista para aquela noite era de 36 graus e seu corpo soa como numa sauna. se levanta para beber um copo d'agua. na cozinha observa pela janela as lamparinas que iluminam a rua na noite escura de verão. torporosa, vê dois homens caminharem por entre as casas conversando
HOMEM 1
sempre pensei que eles fossem diferentes
HOMEM 2
imaginava o quê uma espécie de corpos altos e verdes e cabeças grandes redondas
(não se entende se é uma pergunta ou uma afirmação)
silêncio. eles saem do plano de visão da janela pela qual a amante espia com o copo elevado na altura do olho esquerdo e o braço direito apoiando o cotovelo do outro. batem à porta, não é ninguém. volta a cozinha e deixa o copo, percebe que as luzes da rua estão apagadas e a mesma é tomada por um breu profundo e assustador. batem à porta novamente. cautelosa, avança em direção a entrada e vê pela estreita passagem entre a porta e o chão a irradiação de uma luz alaranjada, incomum por aquelas bandas. pela janela ao lado da porta vê chamas. corre em direção a cozinha e foge pela janela. vaga pela noite escura, sem saber onde vai ou onde pisa. no fim da rua uma luz. vozes distantes. zunidos ensurdecedores. o apito de um trem.
sem sono, perdida, chorando, contorcida, a amante. a tempratura prevista para aquela noite era de 36 graus e seu corpo soa como numa sauna. se levanta para beber um copo d'agua. na cozinha observa pela janela as lamparinas que iluminam a rua na noite escura de verão. torporosa, vê dois homens caminharem por entre as casas conversando
sempre pensei que eles fossem diferentes
HOMEM 2
imaginava o quê uma espécie de corpos altos e verdes e cabeças grandes redondas
(não se entende se é uma pergunta ou uma afirmação)
silêncio. eles saem do plano de visão da janela pela qual a amante espia com o copo elevado na altura do olho esquerdo e o braço direito apoiando o cotovelo do outro. batem à porta, não é ninguém. volta a cozinha e deixa o copo, percebe que as luzes da rua estão apagadas e a mesma é tomada por um breu profundo e assustador. batem à porta novamente. cautelosa, avança em direção a entrada e vê pela estreita passagem entre a porta e o chão a irradiação de uma luz alaranjada, incomum por aquelas bandas. pela janela ao lado da porta vê chamas. corre em direção a cozinha e foge pela janela. vaga pela noite escura, sem saber onde vai ou onde pisa. no fim da rua uma luz. vozes distantes. zunidos ensurdecedores. o apito de um trem.
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