sábado, 27 de novembro de 2010

assim como não queria, não tivesse um alicerce e ele virou-se contra a parede e se silenciou porque talvez o efeito do pré-procedimento começasse agora e aqui estou de frente a uma quadrela branca num quarto escuro iluminado pelas pequenas e ineficazes raízes do sol e as partículas de poeira, no quarto vejo um homem voltado contra a parede, silencioso. ignoro e continuo andando, paro para comprar o jornal na banca aqui perto de casa, ele de novo com esse papo de marque na minha conta, filho da puta tome aqui o seu jornal que não volte mais . ele se volve em prol da rua e continua sua caminhada. o dia passa e, tranquilamente, espero o final do expediente, até que aparentemente do infinito vem um puto, manda tudo que você tem aí coroa!, ele não me dá, disparo contra seu peito e fujo, trombo com uma garota, aquele homem ali derrubou meu sorvete! c'est la vie.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Prefiro não acreditar

Instruções para
Subir no banquinho
Apóia-se o pé direto (ou esquerdo,
à preferência)
sobre o mesmo
Vitaliza toda sua força nessa perna e
Num impulso, jogue seu corpo à frente
De maneira a transformar
O banquinho no seu chão.


Eu prefiro não crer que isto seja verdade. Nas minhas perdas, de tantas, prefiro acreditar que justamente esta não seja real, mas fruto da minha imaginação. Ando meio macambúzio, um quarto preocupado, e três me sinto singelo. Como a lua - a mesma que após pousar sobre teto de nosso apartamento decidiu pesar e destruir como uma baga na boca do estômago - E sangue. Só me lembro por enquanto dos passos finais, rumo à porta da frente: ríspida, uma rainha... Com seu rei a esperando do outro lado da rua, e você atravessando lentamente com o coração aliviado. Me viro de costas. Prefiro não presenciar com meus próprios olhos, os mesmos que encararam com tanto amor a puta deitada em minha cama na fatídica noite (pãn pãn pãn pããããn), tamanha extorsão. Ouço o crash... você chora, roga, pede por ajuda. E sangra. Prefiro não crer que isto verdade. A concubina morreu no braço de homem negro, que tem seus anéis agora banhados em sangue. A esta altura já tinha feito o laço da corda pendurada no ventilador, que gira por entre as quentes e abafadas brisas do verão tropical.






Agora chuta a porra do banquinho para longe.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

la guerre a commencé

A névoa da noite nos escondeu, nos escondeu
Nos escondeu.
Passeamos não tão tranquilamente pelas avenidas principais: safe.
Os não tão grandes olhos ardidos ardem como uma névoa
Nos escondeu
O fôlego é-dissonante: it's over.
o som é-peremptório: caos.
conferedação das nações unidas
fascistas.
Desespero derrete no meu corpo
em dois, um.
Só escutamos um ruído, de praxe subalterno: um motor.
Mas isso é inescrutável: a névoa
Nos escondeu.
O arbusto é um baixio-verde-de razões
01. paisagista
02. esconder
Mas a névoa.
É o início de um póssubmundo
in fact, o terceiro: estamos perdidos
Perdidos na paisagem, a névoa é
Nos es
condeu.