quinta-feira, 20 de maio de 2010

se...

eu assoprei a bexiga vermelha
olhei à minha volta
corri pela multidão
pulei como nunca tinha pulado antes.

felicidade pelos dias,
os dias escolares que acabaram
e as buzinas ecoavam pelo pátio
como ecos perdidos nas estalactites
que via os tais expoentes pulando
como nunca haviam antes.

sonho realizado por fim
e a explosiva alegria que contagia
abandonava pensamentos retesos
consequentes da geração x
que até então estudava
e agora pulava no pátio do colégio

difícil imaginar o que será de nós
o que seremos agora aqui
o que quererão de nós.
a certeza é que estamos livres
porém não tão livres
como nossa exaltação indica
enfim.
o fato é que estamos perdidos.

discursos austeros não agradam
os regozijos pedem silêncio
um momento a refletir
1 único minuto que abriga uma concepção
silêncio, silencio

ouvimos tiros
procuramos a origem do som
vejo meus amigos sentados ao telhado
com winchester's às mãos
e aponto aos anarquistas
cabeças se viram e são explodidas
caos.
correm os saltitantes
não sobra ninguém.

nem a bexiga vermelha que flutuava inocente foi poupada.

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