domingo, 30 de maio de 2010
les temps de l'amour
um dia, talvez uma semana ou ao mesmo um mês. tempo que corre, discorre, suscita, indigna, contrapõe, altera o mundo e quem no mundo habita. imprevistos amorosos são imprevistos peripécios do amor consequentes da ação do tempo sobre o mundo. ponto, continua na mesma linha. l'amour est un sentiment provoqué par hasard. pula uma linha; acaso, amor, tempo. síncope do amor, do tempo, ocasionado pelo acaso. quem dera eu poder fazê-lo. ou não fazê-lo; suscitá-lo (no caso, je suis un entremetteur). flecha manchada de sangue do amor que atravessa o coração do não-apaixonado indignado na contraposição do relógio pêndulo na parede cor de vermelho no mundo que eu/ele/nós/vós habito (a(amos(ais))). afinal, estamos numa nova realidade 'les temps de l'amour', ou estou enganado?
quinta-feira, 20 de maio de 2010
se...
eu assoprei a bexiga vermelha
olhei à minha volta
corri pela multidão
pulei como nunca tinha pulado antes.
felicidade pelos dias,
os dias escolares que acabaram
e as buzinas ecoavam pelo pátio
como ecos perdidos nas estalactites
que via os tais expoentes pulando
como nunca haviam antes.
sonho realizado por fim
e a explosiva alegria que contagia
abandonava pensamentos retesos
consequentes da geração x
que até então estudava
e agora pulava no pátio do colégio
difícil imaginar o que será de nós
o que seremos agora aqui
o que quererão de nós.
a certeza é que estamos livres
porém não tão livres
como nossa exaltação indica
enfim.
o fato é que estamos perdidos.
discursos austeros não agradam
os regozijos pedem silêncio
um momento a refletir
1 único minuto que abriga uma concepção
silêncio, silencio
ouvimos tiros
procuramos a origem do som
vejo meus amigos sentados ao telhado
com winchester's às mãos
e aponto aos anarquistas
cabeças se viram e são explodidas
caos.
correm os saltitantes
não sobra ninguém.
nem a bexiga vermelha que flutuava inocente foi poupada.
olhei à minha volta
corri pela multidão
pulei como nunca tinha pulado antes.
felicidade pelos dias,
os dias escolares que acabaram
e as buzinas ecoavam pelo pátio
como ecos perdidos nas estalactites
que via os tais expoentes pulando
como nunca haviam antes.
sonho realizado por fim
e a explosiva alegria que contagia
abandonava pensamentos retesos
consequentes da geração x
que até então estudava
e agora pulava no pátio do colégio
difícil imaginar o que será de nós
o que seremos agora aqui
o que quererão de nós.
a certeza é que estamos livres
porém não tão livres
como nossa exaltação indica
enfim.
o fato é que estamos perdidos.
discursos austeros não agradam
os regozijos pedem silêncio
um momento a refletir
1 único minuto que abriga uma concepção
silêncio, silencio
ouvimos tiros
procuramos a origem do som
vejo meus amigos sentados ao telhado
com winchester's às mãos
e aponto aos anarquistas
cabeças se viram e são explodidas
caos.
correm os saltitantes
não sobra ninguém.
nem a bexiga vermelha que flutuava inocente foi poupada.
terça-feira, 18 de maio de 2010
caso social/racial
Acordo desatento, simplesmente por levantar; a simbiose ou sei lá o quê do sonífero que me deram começa por fim a fazer minha cabeça. estou pelas surdinas detalhadas com latas de lixo embalsamadas pelo sangue jorrado na noite anterior. procuro meus companheiros - só acho um, ensanguentado e esparramado ao solo de concreto sujo e irregular do beco quase todo preto. a escuridão penetra pelas entranhas da sarjeta, num breu clareado por postes de luz que iluminam o resultado do conflito social/racial póstumo da noite anterior (ou pós-tragédia humana). meus amigos, todos mortos ou sumidos, foram vítimas do pré-conceito formulado por (des)humanos irracionais e filhas da puta, e eu agora só quero voltar para minha casa.
Saio do beco preto e vagueio pelas ruas de São Paulo. não sei onde estou (e sonolento, incapaz de pensar aonde moro ou qual caminho devo seguir), apenas vagueio cambaleante por algumas avenidas tomadas pelo caos da prostituição e da barbárie. sinto-me desnorteado, adoidado, alienado, morto.
não aguento mais.
então desabo a dormir,
podendo nunca mais acordar.
Saio do beco preto e vagueio pelas ruas de São Paulo. não sei onde estou (e sonolento, incapaz de pensar aonde moro ou qual caminho devo seguir), apenas vagueio cambaleante por algumas avenidas tomadas pelo caos da prostituição e da barbárie. sinto-me desnorteado, adoidado, alienado, morto.
não aguento mais.
então desabo a dormir,
podendo nunca mais acordar.
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