domingo, 13 de maio de 2012

saravá!

um rosto setestrelar,
olhar merencório,
sentir o que é amar,
no mar da solidão se afogar
e nas redes da paixão se salvar.

teu riso é o canto célebre de uma flor cujas pétalas são amor
tua presença é parte integral do que sobe ao corpo, o calor
tua ausência é frio que contorce e desassossega, o temor
teu reconhecimento doce inspira, é inestimável valor

e no fim que bem-aventurada é a brincadeira de amar!
saber brincar é saber sofrer
e saber sofrer é saber amar

que sinômimas são a tristeza e a felicidade
e antes disso um sentimento
que bem ilustra teus olhos de firmamento
em gestos plenos da simplicidade

vou acariciar teus cabelos lisos, campo de lírios,
estar sempre a teu lado, ser tão somente seu
enlaçar meus dedos aos teus, suspensos no espaço,
deixar que viva em mim o anseio eterno de te amar.

e a esse amor não resta mais do que um
grande saravá!
veja, você é a melodia perpétua da minha poesia,
e sempre será.

1/2 soneto de amor

já tentei fazer soneto
já tentei abrir mão dele
não consigo nenhum dos dois:

"que eu me ponho a delirar, sonhar
que eu me sujeito a sofrer, amar
mágoas de um caso palpável
porém nunca decifrável

decora as márgens do meu rio de vida
transborde-o de águas de amor
e que toda angústia e todo ardor
não passem de curada ferida"

meio soneto inventado
meio rascunho realizado
meio amor posto em prova.

terça-feira, 8 de maio de 2012

mais do mesmo: bang bang

io sparo a te
tu spari a me
bang bang

(à essência de um amor retórico que não existe).
rabisco rascunhos e rascunhos e bosquejos de expressão: uma forma néscia de - nas tantas mais vezes - executar covardemente aquilo que não sou capaz de fazer frente à frente. descobri que as desventuras não-previamente pensadas são as mais dolorosas e as que cortam ao meio um fio de navalha de amor. quem dera eu te pegasse pelas mãos e te levasse para longe para navegar pelos mares infindáveis do pacífico, quem dera crer que meu sonho não passa de um sonho e quem dera ser para você mais do que uma estátua petrificada estupidamente mórbida e incapaz.

um só acontecimento para que o coração bata mais forte
uma só situação de incrível desporte
um só evento e mais que uma mera falta de sorte
pra rimar com tudo isso pretendia falar da morte
mas aí acho que fica meio pesado.

o presente e o caminhar sem fim pelas estradas da solidão, o sentimento conspícuo da incomunicação e o princípio do amor e da - ausência de - reverberação. algo comum, sento e penso que tudo pode ser diferente; sinto que um simples descuido é o necessário para que minha pirâmide de cartas de copas desabe sobre a mesa da juventude, que prega e segue os passos de qualquer coisa que não o amor. o sentimento do mundo não é o mesmo que o meu, simplesmente. acho que você sabe disso.

agora ela quando como ele nunca
vida olho você icário amor amido
dalida sexta sempre não perdição
ela amor você e eu.
meu pensamento é um fluxo constante de imagens
minha idiossincrasia é pensar unicamente em você e o que te cerca
é te ver e não te ter
sentir e não saber
amar e imaginar (não ser correspondido)
enquanto eu continuar a ser quem eu sou, assim, vou continuar sofrendo e escrevendo essas escrotices para você.


e para você.