domingo, 6 de junho de 2010

São Paulo 34 graus

a tarde era ensolarada e fazia uns 34 graus na cidade de São Paulo. Avenida Paulista e pessoas caminhavam transpirando por dentro das camisas fétidas e molhadas e rindo. divertiam-se os pedestres, que caminhavam pela única pretensão de caminhar e explorar a então celebrada avenida, agora tomada por um calor absurdo, capaz de fazer desmaiar aqueles que são fracos. o proletariado regozijava do tempo livre e andava nos longínquos calçadões, os mais conhecidos (ou usufruídos?) de São Paulo, suando e rindo.
No meio desta multidão, lá estava Zé Abraão, fraco, senhor de idade que passeava com sua neta de cinco anos para mostrar-lhe a beleza de Sampa sintetizada numa única rua (mentira, ele fora obrigado pela cara filha tão querida e amada). "ah, mas que calor está fazendo!". andavam, andavam, conheciam e exploravam o território comercial, e os raios de sol batiam sobre a testa calva de Zé Abraão, que bradava sussurros maliciosos e comumente insultava sua própria mulher, então falecida.
e o sol não estava para Zé Abraão, que pediu para a garota que se sentassem um pouco. sentado, inspirou e expirou lentamente, suspirou e sussurrou coisas que a pequena ingênua não foi capaz de entender. ele passava mal; já não aguentava mais permanecer naquela situação, transpirando tanto que "o suor acumulado seria capaz de encher o oceano Atlântico", pensava o velho.

é uma conspiração, um hediondo desafeto à minha pessoa. logo declaro, disse alto e erguendo-se, que está declarada a guerra.

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