daqui a algumas horas não sobrará nada além do obsoleto e efêmero riso de conversas quebradas, à toa
e sagrar-se vívido, dentro de cada minuto que vai e cada minuto que vem, retorna a ser não mais uma opção do interior
mas das fases, da estética, da superficialidade de uma relação partida por desigual
do indiscreto ódio subsequente, do idílio morto, entregue às memórias perdidas de um alguém sem história
um alguém cuja única artimanha de viver é o amor singelo e a avidez pelo sentimento de viver dentro de sonhos
viver dentro de um universo desamarrado e contemplativo, estruturado na paz calma de um amor sem preceitos
daqui a algumas horas não sobrará nada, apenas imporemos sobre o cristal sacro da nossa estória
um definitivo derramamento de lágrimas; e será intensa a provável descoberta de um cárcere sempre atado às nossas raízes
porém sempre encoberto pelo amor de outros tempos, passados, absortos ao esquecimento ressentido
amor que por si só é manco, cambaleia até o tombo sem se preocupar com a ausência de uma segunda perna à qual se sustentar.
Je t'aimerai jusqu'à la chaussure pour arrêter de poser des.
lembrando Musset, escrever é como sofrer, mas sofrer significa conhecer, e viver na utopia do amor é antes de mais nada reconhecer o sofrimento
é relembrar que quando o fracês disse que a única linguaguem universal é o beijo, o amor se encolhe
e entristece nas coisas simples, nas idas e vindas do sentimento verdadeiro, na idealização repentina do amor incandescente
sensação que brilha e atormenta diante dos olhos daquele que vive à sombra de seus sonhos.
é alheio como um barco em alto mar, perdido na imensidão do oceano reluzente, à mercê das ondas sibilantes da tristeza
da saudade
do desespero
da angústia
do amor, enfim.